A eleição para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Rondônia (OAB-RO), está movimentada e marcada por tensões e trocas de acusações. Em meio à disputa, a postura de alguns candidatos e apoiadores vem gerando polêmica e dividindo opiniões na classe jurídica do estado.
Recentemente, o advogado João Bandeira Júnior, presidente estadual da Comissão dos Advogados Criminalistas da OAB-RO e Conselheiro Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas (Conepod), foi alvo de críticas após um comentário considerado infeliz em um grupo de WhatsApp. A polêmica começou quando ele compartilhou uma foto de uma pick-up Ford Courier estacionada em frente a uma loja de ferragens, associada à “Chapa 11”, concorrente da chapa que ele apoia. Na sequência, Bandeira comentou: “A advocacia está feia mesmo!”, em tom de menosprezo ao veículo, que exibia um adesivo de apoio à chapa adversária.
O comentário do candidato a Conselheiro, que foi recebido com risos por alguns membros do seu grupo de apoiadores, que buscam a reeleição do atual presidente Márcio Nogueira, logo gerou reações de indignação e acusações de elitismo por parte de outros advogados, que enxergaram na atitude um desrespeito e discriminação.
A situação gerou uma repercussão negativa entre os advogados rondonienses, especialmente após a revelação de que João Bandeira, como conselheiro do Conepod, recebe um “jeton” mensal de R$11.729,71 por sua participação nas atividades do conselho.
O proprietário do veículo objeto do deboche relatou ter se sentido humilhado e exposto pela postagem, um episódio que revelou ainda mais a divisão entre os apoiadores das chapas concorrentes. Muitos advogados interpretaram a atitude como um reflexo de uma campanha marcada pela ostentação e que parece representar apenas as parcelas mais privilegiadas da advocacia rondoniense, os “amigos do presidente Márcio”.
Outro ponto de tensão surgiu com uma advogada, também apoiadora da chapa de reeleição, que teria comentado sobre as pessoas que recebem cestas básicas oferecidas pela OAB-RO, em um tom que soou desrespeitoso e insensível, gerando ainda mais críticas.
A polêmica em torno dessas declarações levantou um debate importante sobre a representatividade e os valores que devem guiar a OAB-RO. Diversos advogados defendem uma advocacia inclusiva e justa, que represente igualmente jovens advogados, veteranos e todas as camadas sociais. A crítica maior gira em torno da necessidade de que a Ordem dos Advogados do Brasil seja um espaço de união e respeito, sem preconceitos ou discriminações de qualquer ordem, e que o próximo presidente seja comprometido com essa visão inclusiva e democrática para o bem de toda a classe.